sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sobre a Teoria de Gestalt e a Teoria Associacionista

A Teoria de Gestalt visa aprofundar as idéias sobre o racionalismo de forma que a mente é levada em consideração nas coisas aprendidas; já no associacionismo acredita-se que as coisas que fazemos e pensamos são respostas à estímulos, fruto da nossa imaginação.

Segundo os Gestaltistas, as experiências que temos dos objetos, a percepção imediata, apresenta-se como um todo, uma forma, por isso também é chamada de Teoria da Forma, segundo ela, a nossa mente organiza espontaneamente os objetos que temos perspecção através da associação ou reagrupamentos que seguem determinados critérios que são determinados por leis da proximidade, semelhança, continuidade, etc.

Esta teoria tem com base a representação global de uma situação, centrada sobre a atividade do Indivíduo; essa situação, essa atividade o comportamento do sujeito são determinados de acordo com o modo pelo qual vê e compreende a estrutura dos elementos do problema. Então podemos dizer que os problemas tem como princípio o todo (a globalidade) para as partes (o todo não pode ser compreendido pela separação das partes) e na organização dos padrões de percepção e não se aceita a concepção do conhecimento como a soma de partes preexistentes. A insistência na estrutura global dos fatos e dos conhecimentos concede maior importância à compreensão do que a simples acumulação de conhecimentos.

A teoria associacionista acredita que o subjetivo não existe, ela consiste em explicar a associação pelas três leis de semelhança, contraste e contigüidade. O associacionismo reduz essas três leis à única lei da inércia e chega a materializar a consciência, que a partir daí não é outra senão o mundo das coisas.

Sobre o período Românico dentro da exposição "LUSA: A Matriz Portuguesa" (Centro Cultural Banco do Brasil - 2007)

Ao visitar a exposição “LUSA: A Matriz Portuguesa”, pode-se perceber vários períodos da História da Arte Mundial representados através de um país, Portugal, da Pré-História à expansão marítima.

Contempla-se na exposição a evolução cultural em seus mais ricos aspectos e a própria evolução como Nação Portuguesa. A História do país é contada através de esculturas, ferramentas, artesanato, armas de guerra, lápides, instrumentos, tampas de sarcófagos, capitéis; enfim, formas de arte e tecnologia.

Uma das épocas retratadas na exposição dentro da Idade Média é o Cristianismo Medieval que é dividido em duas partes: Românico e Gótico.

O assunto a ser discorrido é o Românico, período compreendido, aproximadamente, entre os séculos X e XIII, marcado pela sociedade rural, implantação de mosteiros beneditos, a relação camponês-nobre (o Feudalismo) e a fortíssima influência da Igreja Católica.

O Feudalismo surgiu em decorrência da queda do Império Romano e era composto por três estamentos: Clero (Igreja Católica, detentora do poder sobre toda a sociedade), a Nobreza (o “2º estamento”, possuidora das terras) e os Servos (ou camponeses). Praticamente nula a chance de mobilidade social.

Tendo em vista o cenário sócio-econômico, compreende-se o porquê das produções culturais desse período sejam direcionadas à Igreja. O objetivo principal das obras não era a beleza em si, e sim seu conteúdo.

As obras foram construídas seguindo exemplos Romanos, por isso o nome Românico, na construção de igrejas, por exemplo, usa-se o aspecto de naves de abóbadas de pedra substituindo o travejamento de madeira, de certa forma até para evitar incêndios e para dar idéia de fortaleza e afins. Como essa estrutura de pedra é muito mais pesada do que a de madeira, foi necessária uma estrutura de suporte maior e mais resistente. Eles então fizeram a seguinte estrutura: de uma a cinco naves colunas para sustentar as abóbadas de pedra, até com aspecto maciço e horizontal, paredes cegas (pois é muito difícil abrir grandes janelas nas paredes já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto extremamente pesado). Exemplos desse tipo de igreja são: a Igreja Santiago de Compostela, Santa Madalena de Vèzelay, Igreja de Saint-Martin de Tours, a Catedral de Durham.

Um exemplo interessante a ser mencionado é a Igreja de Saint-Sernin de Toulouse, planejada para abrigar muitas pessoas e em formato cruz com dimensões enormes.

Na parte exterior e interior a decoração era feita através das esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves. Aí que entra a escultura e a pintura nesse período histórico, eram muito mais utilitários para a arquitetura do que uma arte em si, própria e independente. Exemplo encontrado na exposição é o Capitel com Sereia e Animais Afrontados (1150-1475), feita de calcário.

As pinturas eram feitas na Igreja simbolizando atos da Bíblia ou o medo que sentiam de demônios, eles utilizavam essas pinturas porque grande parte da população não sabia ler, então as faziam para narrar essas histórias bíblicas e para comunicar valores religiosos à essas pessoas.

Como eles não se preocupavam em retratar a natureza como ela realmente é, eles usavam cores chapadas, sem utilizar muitos meios tons, sombra, claridade e profundidade. Também havia a preocupação em fazer figuras divinas sempre maiores do que humanas, mesmo se elas estivessem no mesmo local, isso servia para demonstrar que os humanos, na visão da Igreja, é inferior a Deus. Exemplos disso: São João Evangelista, do Evangeliário do Abade Wedricus, A Travessia do Mar Vermelho.

Outro objeto interessante que está na exposição é o Elmo com Nasal, Castelo de Torres Novas (século XII – XIII) feito de ferro, ele simboliza bem as guerras católicas e bárbaras. E nas próprias igrejas eram construídas torres em suas laterais.

As obras fogem do estilo Clássico não só pelas cores e pelo formato das Igrejas, mas também, pelas próprias pinturas, até mesmo o corpo humano é feito ‘desproporcionalmente’ com pés grandes, mãos grandes, olhos esbugalhados, rostos grandes, enfim, além de fazer humanos menores que anjos como havia mencionado antes, eles não retratavam com fidelidade a figura humana.

     De modo geral, percebe-se que o Período Românico foi um momento de transição, pois antes dele, as manifestações artísticas eram praticamente nulas devido à proibição da Igreja de fazê-las, portanto, eles tiveram que reinventar sua arte e reaprendê-la.