sábado, 21 de junho de 2008

Geologia - Relatório de Campo

Parada 1:

Praia Rasa

Conglomerados, arenitos e lamitos do Grupo Barreiras, relacionados a deposição por fluxo de detritos em leque aluvial.

Área de afloramento localizada entre a Bacia de Campos e a Bacia de Santos. Suas formações rochosas ocorreram a cerca de 30 milhões de anos ou mais.

Encontramos nessa localidade rochas sedimentares com seu sedimento bem oxidado, pouco consolidado e com níveis de quartzo de antigo cascalho. Na base dessas rochas, pudemos avistar arenitos.

Fato essencial para a formação dessas rochas foi a ajuda da água, pois graças à ela, houve o conglomerado dos sedimentos e a concentração dos seixos. São visíveis os seixos de quartzo.

A rocha possui pouca litificação e Horizonte C.

Podemos ver as falésias que foram originados pelo fenômeno chamado ‘Ótimo Climático’, isto á, pela ação erosiva das ondas em um momento em que o nível relativo do mar encontrava-se pouco acima do nível atual e, assim, pôde avançar em direção ao continente.

Falésias estas constituídas por intercalação de camadas de cascalhos muito grossos e areias lamosas. Apesar de estarem na parte costeira, acredita-se que estes depósitos estão associados a um ambiente continental de leques aluviais depositados sob a influência de atividades tectônicas durante a sedimentação das rochas.

Os depósitos sedimentares das falésias da Praia Rasa são relacionados à Formação Barreiras, de idade terciária. A ocorrência desses depósitos de origem fluvial próximo à praia indica que a deposição dos mesmos ocorreu em um momento em que o nível do mar estava mais baixo do que o atual, e os rios depositavam onde hoje está encoberto pelo mar.

Outros fatores importantes na variação do nível do mar são a Regressão Marinha (contribuição maior de sedimentos do continente para o mar, fazendo com que haja um avanço da linha de costa em direção ao oceano) e a Transgressão Marinha (contribuição de sedimentos menor que a capacidade de erosão pelo mar, devido à isso ocorre um recuo da linha de costa em direção ao continente) .


Parada 2:


Ponta do Pai Vitória


Contato tectônico entre os sedimentos do Grupo Barreiras e os gnaisses do embasamento, por meio de falha normal, denominada Falha do Pai Vitório.

Área localizada na ponta (borda) mais alta do Graben de Barra de São João.

O Graben é constituído de duas falhas normais que se afundam e formam uma bacia sedimentar bordejada por falhas envolvidas por Calcedônio.

(Graben = depressão de origem tectônica, geralmente com a forma de um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco de território fica afundado em relação ao território circundante em resultado dos movimentos combinados de falhas geológicas paralelas ou quase paralelas) .

Podemos ver também um paredão de rochas liso, área que foi bastante modificada pela erosão.

Parada 3:

Costão sul da praia de Geribá

Ortognaisses de composição granítica, do Complexo Região dos Lagos, cortados por dique de diabásio e por dique de rocha alcalina.

Região conhecida como o Himalaia Brasileiro.

O paleocontinente Gondwana existiu por mais de 300 milhões de anos, quando começou a se quebrar em vários blocos continentais. Uma destas quebras ocorreu entre a América do Sul e a África, há aproximadamente 130 milhões de anos, no período Cretáceo. Esta fissura que deu origem ao oceano Atlântico apareceu na mesma região onde há 520 milhões de anos ocorreu a colisão que formou o Gondwana. O Himalaia brasileiro já não existia como cadeia montanhosa pois centenas de milhões de anos de erosão retiraram material destas montanhas depositando-o na Bacia do Paraná (a oeste). Com o início do processo de abertura do oceano Atlântico, estes sedimentos passaram a se depositar nas recém-formadas bacias costeiras brasileiras.

Paredão rochoso com rochas metamórficas na base e com embasamento divido em dois diques (diabásio).

Um dique de basalto, rocha alcalina, rocha escura, com muito sódio e pouco potássio; sua composição mineralógica é mais rica em ferro e magnésio; o basalto é uma rocha ígnea vulcânica, cristalizada a partir de um magma na superfície ou próximo à superfície da Terra. Como resfria rapidamente, seus minerais não crescem muito, sendo difícil observá-los a olho nú. O basalto é uma rocha escura porque é formada por minerais ricos em ferro e magnésio.. O dique veio de magma básico.

Em um estudo na Islândia suponhe-se que se o dique tem dez metros na superfície, ele tenha vindo de 1000 km de profunidade.

O dique que ‘entrou’ na rocha metamórfica, pois esta já existia. Essa rocha foi formada a cerca de 30 km de profundidade. O embasamento é o ‘Encaixante’. O dique é um ‘Xenolito’ dentro da rocha. (Xenolito = “pedra” estranha no meio de uma rocha).

Há feldspato tanto nos diques, quanto na rocha metamórfica.


Anexos:


Fig 1: Mapa Geológico de Búzios


Fig 2: Modelos simplificados de eventos ocorridos com continentes.

Fig 3: Variação do Nível do Mar – ‘Ótimo Climático’

Representação esquemática de uma sucessão de horst e de graben (imagem do USGS).

Fig 4: Estrutura de Graben


Fig 5: Regressão Marinha / Transgressão Marinha

Figuras das Paradas:

Parada 1:



Parada 2:


Parada 3:







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